![]() | |
Imagem Google |
Quem nunca ouviu essa música? “Esta
família é muito unida e também muito ouriçada, brigam por qualquer razão mas acaba pedindo perdão." Pois é... os versos de Dudu Nobre poderiam além de ser tema da
Grande Família, ser tema também da família de Dona Porquilda. Ela cuidou de
seus três filhos sozinha pois ficou víuva cedo, fazia bolos e salgados para
vender e assim criou seus três porquinhos.
Dizia ela que eram seus tesouros,
cada um com seu jeitinho de ser. O mais velho era Pino, o do meio era Pano e o caçula
chamava-se Pena. Enquanto ela vivia no fogão para fazer seus quitutes, os três
quando não estavam brincando, estavam brigando.
Pino era o mais brincalhão, porém
o mais responsável dos três, Pano tinha mania de limpeza, não podia ver nada
sujo que corria para limpar e Pena era o mais preguiçoso dos três, não queria
nada com nada.
Dona Porquilda ficava nervosa
quando as brigas começavam, pois um chamava Pino de doido e que já tinha esse
nome porque tinha uns parafusos a menos na caixola, outro já dizia que Pano
tinha TOC e que limpava demais só por interesse de lamber as bacias dos bolos,
e Pena a reclamação era total, ele mesmo dizia que fazia tudo devagar pois
tinha pena de gastar o tempo.
Até Dona Porquilda entrava no
meio das brigas e muitas vezes era acusada de proteger qualquer um dos três em
alguma situação, mas ela amava os filhos igualmente e sempre dizia ninguém é igual
a ninguém, todos têm suas qualidades e defeitos, e devemos aprender a lidar com
as diferenças e ajudar uns aos outros.
Ela falava, falava mas entrava
por um ouvido e saía por outro. Cansada de falar, ela tomou uma decisão
extrema. Ela pegou suas economias e deu a mesma importância a cada um de seus
filhos e disse para que morassem sozinhos para aprender a ter mais
responsabilidade, cansada de brigas em casa, e como os três brigavam demais, a
convivência já estava se tornando insuportável.
Pino, Pano e Pena de posse do
valor dado começaram a comprar os materiais para construir suas respectivas
casas. Pena decidiu primeiro pelo menor esforço, resolveu construir de palha,
assim era mais fácil e mais rápido e ainda sobraria dinheiro para comprar a
mobília.
Pano pensou, pensou e resolveu
fazer a sua de madeira, achava mais confortável e que deixaria tudo brilhando
com um lustra móveis de lavanda, viveria numa casa limpa e cheirosa.
Pino disse que ia fazer a sua de
tijolos, vai demorar, vai gastar mais, porém será uma casa mais resistente para
as suas loucuras do dia a dia.
Quando Dona Porquilda tomou essa
decisão a única coisa que exigiu dos filhos é que construíssem suas casas perto
um do outro porque caso ocorresse alguma coisa um ajudaria o outro. Eles
reclamaram dizendo que não iriam precisar porque já que só brigavam o melhor
seria a distância, mas respeitaram a mãe e construíram dessa forma.
Pena foi o primeiro a terminar
sua casa, e na varanda ficava deitado na rede descansando. Pano estava quase
terminado a sua, e Pino coitado morava em um cômodo apenas pois sua casa ainda
faltava muito para terminar, o acabamento lhe dava muito trabalho.
Na mesma semana Pena e Pano riram muito
de Pino trabalhando, e ainda falavam: Pino doido você e sua casa de tijolos a
saga continua.kkk
E Pino, apenas dizia: Não tenho
tempo para conversa fiada estou quase terminado a minha casa, e ela com certeza
será a mais segura e quente no inverno, até chaminé eu vou fazer e acender a
lareira. Ele ignorava os irmãos, que só ficavam rindo, e viviam a comer,
brincar e dormir. E os suprimentos que compraram duraria por muito tempo, então
também não se preocupavam em trabalhar.
Durante esse período Lobato que
era o lobo que morava na redondeza notou que haviam novos moradores na
floresta, chegava a salivar quando olhava os porquinhos então resolveu começar
o ataque. Partiu para a casa do caçula, ele apavorado só se tremia de medo,
Lobato mandou Pena abrir a porta e ele não abriu. Lobato soprou, soprou e a casa de Pena chegou ao chão.
Pena saiu correndo para a casa de Pano, bateu em sua porta pedindo socorro, e
disse: Pano fecha tudo, um lobo está atrás de mim e corremos perigo.
Pano sentou-se em sua cadeira, e
tomou o café tranquilamente e disse:
_ Pena minha casa é de madeira e esse lobo não consegue derrubar não. Você
deveria ter feito igual a minha, mas quis ter menos trabalho e viu no que deu.
Daqui a pouco os dois ouviram
passos e logo Lobato bateu na porta e falou:
_ Saia um dos dois pois só
preciso de um para meu almoço, senão abrirem comerei os dois de uma só vez.
Eles
não abriram, e Lobato disse:
_ Eu irei soprar, soprar e sua casa irei derrubar.
E foi o que Lobato fez, ele era
um lobo enorme e muito forte, ele soprou, soprou, a casa balançou e não caia,
mas aí ele se concentrou e soprou com tanta força que as madeiras voaram para
todo o lado.
Pena e Pano fugiram desesperadamente até chegarem na casa de Pino.
Pino os acolheu, e disse:
_ Ora, ora o que está acontecendo
para tanto desespero?
Pena disse para o irmão que o lobo derrubou nossas casas, não temos para onde ir,
nos proteja Pino, você é nosso irmão doido mas não pode deixar de nos ajudar.
Pino acalmou os irmãos dizendo
que estariam seguros, a casa era forte e nada poderia derrubar. E ainda
convidou para tomar uma sopa que estava fazendo na lareira já que não tinha
sobrado dinheiro para comprar seu fogão.
Depois de alguns minutos Lobato chegou na casa de
Pino, estava esbaforido pois era a casa mais distante e já tinha soprado muito, estava
cansado, mas ele havia decidido que seu almoço seria um dos três irmãos, mas se
a caça fosse boa já garantiria a comida para outros dias. Ele bateu na porta de
Pino e ele respondeu:
_Vá-se embora seu lobo, somos
três porquinhos e somos unidos, se conseguir entrar lutaremos até o fim pelas
nossas vidas, mas isso não será preciso pois não conseguirá derrubar a minha
casa.
Lobato riu e começou a soprar,
soprar, soprar e nada da casa derrubar. Cansado de soprar, observou que havia
uma chaminé e pensou já que não derrubo eu entrarei pela chaminé e pegarei os
três de surpresa. Foi o que ele fez, subiu mas caiu no caldeirão da sopa de
Pino, ele gritou de dor e Pino abriu a porta para que ele fugisse, mas Lobato
estava muito ferido e ali mesmo ele ficou caído no chão.
Pena ficou nervoso e disse que
não poderia ver essa cena sem ajudar, e Pano pegou a maleta de primeiros
socorros de Pino que estava sobre a cômoda e cuidou de Lobato, lavou sua ferida, passou pomada cicatrizante
e Pino deitou Lobato em sua cama.
Lobato agradeceu e disse:
_ Eu não
mereço que cuidem de mim. Eu ia matar vocês três e ainda me ajudam?
Pino apenas respondeu nossa mãe
nos ensinou isso, que devemos entender as diferenças e ajudar uns aos outros.
Lobato agradeceu e pediu perdão.
Pino disse a Lobato para que ficasse deitado até se recuperar, já que está com
fome, farei outra sopa e almoçamos todos juntos.
Enquanto conversavam, de repente
um toc, toc, toc. Sim era alguém batendo na porta. Pino perguntou quem era, e
logo escutou aquela voz doce: sou eu meu filho.
Ele abriu a porta, abraçou Dona
Porquilda. Logo Pena, e Pano também deram aquele abraço coletivo, e lhe
contaram tudo o que havia acontecido.
Dona Porquilda disse que estava
com saudades, mas depois de tudo que ocorreu já era hora dos três voltarem para
casa. Afinal, já tinham aprendido a lição, foi preciso passar por esse sufoco
todo para unir os irmãos.
Depois do almoço, Pino tomou uma
decisão, que deixaria a casa para Lobato. Lobato chorou pois nunca ninguém
havia feito nada de bom para ele, e muito comovido pois iria ficar com todos os suprimentos para que
passasse todo o inverno. Daquele dia em diante ele decidiu que não ia mais perseguir ninguém, já que fora ajudado por desconhecidos que ele tentava matar, poderiam ter aproveitado que ele já estava machucado mas resolveram lhe ajudar.
Assim Dona Porquilda e os três
porquinhos voltaram para a casa com a sensação de missão cumprida. Afinal,
todos podem mudar, o mal nem sempre é mal, as diferenças existem, mas todos
precisam um dos outros em algum momento da vida. Nunca se sabe o dia de
amanhã, não é?
Ciana Andrade
Esse conto trata-se de uma releitura de Os Três Porquinhos, o conto infantil de Joseph Jacobs. Aproveitando que hoje é dia das crianças, eu quis participar do desafio de um dos grupos mais queridos que eu pertenço com uma obra infantil. Fazia tempo que não escrevia para crianças, ou para adultos que gostam de contos infantis.rsrs
Eu adorava cantar essa música quando era criança: Quem tem medo do lobo mau...
Até hoje esse é um dos únicos contos que nunca chamaram minha atenção, acho que justamente por não ter aquela quê a mais que tanto admiro nas histórias, porém, todavia, sua releitura ficou uma fofura e me remeteu ao tempo em que gostava de ler livros infantis e escutar inúmeras histórias antes de pegar no sono ❤ Me fez um bem nostálgico
ResponderExcluirEu li muitos contos infantis, esse era quando eu era muito pequena, quando você vai crescendo mesmo sendo criança já acha ele meio bobinho, por isso eu fiz questão de fazer a releitura deste e mudar o rumo da história para passar algo positivo para as crianças.❤
ExcluirQue legal a mensagem final, bem diferente da original <3 Pelo que eu me lembre na original o lobo só se ferrou na casa do terceiro porquinho, não teve isso de ajuda... Ele se queimou na chaminé e nunca mais voltou. Ou me contaram errado? haha Parabéns pela escrita e pela dedicação para criar essa releitura. Muito adequada para o dia de hoje e além de tudo, dá um ar de nostalgia, afinal trata-se de uma história ouvida por praticamente todos.
ResponderExcluirBeijos
www.ouviporai.com
Sim Julie você está certa, foi isso mesmo que aconteceu. Por isso é uma releitura, eu mudei o rumo da história para tentar passar uma mensagem para as crianças. Obrigada! bjs
Excluirantes de tudo tenho que dizer que eu li a música do começo cantando haha! fiquei nostálgica porque eu gostada da Grande Família :)
ResponderExcluirquando eu era pequena adorava os três porquinhos, mas confesso que tinha um pouco de medo também :p achei essa sua ideia super legal, além de trazer uma mensagem diferente e ótima ^_^
beijos ❤️
Pois é Lu por isso que eu mudei o fim da história e coloquei a mãe no meio, os nomes também foram trocados. Lobato foi em homenagem a Monteiro Lobato.rsrs bjs
ExcluirAdorei esse comparação da história dos três porquinho com a música do dudu nobre, achei genial hahaha
ResponderExcluirwww.blogsereiando.com
rsrs ah é uam releitura né, tenho que fazer um pouco diferente.rsrs bjs
ExcluirQue aamor! Adorei a releitura e achei ótima a ideia de aproveitar e posta-la no dia das crianças! :)
ResponderExcluirBeijo! <3
Cami.
www.delamila.com
Obrigada Camila! bjs
ExcluirGente, que lindo!
ResponderExcluirAchei que não iria me interessar pela leitura, mas amei tudo Ciana, fez uma releitura sem tirar a essencia da história original! Parabéns, ficou ótimo ♥
Um beijo e sucesso
Obrigada! bjs
ExcluirQue legal! Ficou diferente, na medida certa :)
ResponderExcluirMinha avó também tem uma versão diferente... mas no caso dela é pq ela nunca lembra da original e ai inventa tudo, kkkkk!
Beijão ;)
Andréia Campos
http://petitandy.com
KKK Andréia sua vó é das minhas. Foi parte de um projeto de escritores. Em breve vai ter algumas mudanças aqui no blog, espero que você me acompanhe, só irei trocar o nome. bjs
ExcluirEssa estória fez parte da minha infância! Muuuuuuito icônica! hahaha
ResponderExcluirAdorava assistir os três porquinhos, acho que toda criança adora né?! Ai a gente cresce e fica naquela nostalgia hahahaha, amei o post, me lembrei de várias situações!
Estou seguindo você! Beijão!
www.generoproibido.blogspot.com.br
Da minha também fez parte. Vou conhecer o seu blog depois. Obrigada! bjs
ExcluirQue legal você trazer isso ao blog! Muito interessante
ResponderExcluirAdorei, de verdade, essa releitura!
Beijsosss